sábado, 8 de janeiro de 2011

Limpeza com consciência e segurança


Utilizar, no lugar de combustíveis e solventes, modernos produtos químicos para a remoção de óleos ou graxas dos componentes do veículo deixa o reparador e o planeta fora de perigo

Todo mundo sabe que a reparação de um veículo exige uma boa limpeza das peças e componentes. A uma primeira vista, qualquer produto de limpeza pode parecer a solução ideal. No entanto, antes de encarar este tipo de serviço, o correto é estudar as especificações desses produtos, assim como, os métodos de aplicação existentes, para que a oficina assegure a completa saúde dos seus funcionários e preze pela preservação do meio ambiente, além de deixar o patrimônio do cliente mais protegido.

O primeiro passo é escolher produtos que não agridam a saúde, o meio ambiente e o veículo, além de oferecer baixo risco de acidentes (explosões e incêndios). Em geral, todos os solventes e combustíveis, derivados do petróleo (gasolina,querosene, tíner e óleo diesel), são tóxicos, agressivos, infamáveis e poluentes. "Além de poluir, estes produtos podem ser agressivos em relação à pintura, vernizes e retentores, pois incham elastômeros e ressecam borrachas. A indústria já oferece tecnologias próprias para essa finalidade, que a propósito evitam ferrugem e corrosão", explica Arley Barbosa da Silva, engenheiro de aplicação da Bardahl.
A empresa comercializa o desengraxante Maxlub Maxlimp, uma alternativa muito mais vantajosa e eficaz em relação aos solventes tradicionais e combustíveis. "Ele age diluindo a sujeira e facilita a remoção por meio de um pincel. Tem excelente poder de limpeza, ótima ação protetora, é inodoro e não irrita a pele", avalia o técnico. Porém, os restos do material não podem ser descartados no solo. "Devem ser entregues junto a um coletor autorizado", avisa.

Existem também aqueles que são solúveis em água, com formulação biodegradável, que podem ser lançados diretamente no esgoto sem que causem danos ecológicos. Este é o caso do Drax, desengraxante produzido pela Diversey do Brasil. De acordo com o Marketing e a Área Técnica da companhia, o grande diferencial do produto é que não contém fosfato na sua composição.

"Foi realizado um teste de biodegradabilidade de tensoativos aniônicos em uma amostra de Drax, utilizando a metodologia descrita pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, e verificou-se que 98,1% do produto se decompõe através de microorganismos." Segundo a fabricante, o produto tem ampla aplicação e pode ser usado em peças, motores, máquinas industriais e pisos.

Para o engenheiro Fernando Landulfo, docente do SENAI-Vila Leopoldina, esse tipo de produto, quando utilizado da forma adequada, além de ser ecologicamente correto, facilita o trabalho e não oferece riscos à saúde e à segurança do profissional. "Para utilizá-los deve-se seguir rigorosamente as recomendações do fabricante e jamais abrir mão da utilização dos EPIs (Equipamento de Proteção Individual), tais como luvas, máscaras, avental, botas e óculos de segurança. A aplicação com pulverizador e o enxágue com água quente e jato de alta vazão, facilitam muito o processo de limpeza. Mas o tempo de espera (reação química pós pulverização) antes do enxágue, deve ser respeitado. Nos produtos de alta qualidade, esse tempo é geralmente baixo. 

A uma primeira vista, o desengraxante biodegradável, pode parecer mais caro. No entanto, como é utilizado diluído, com o passar do tempo ele pode se mostrar bastante econômico. Além disso, apresenta vantagens que os produtos tradicionais não conseguem proporcionar: não inflamável, baixa ou nenhuma toxidade e baixo ou nenhum ataque a componentes de borracha e pinturas", complementa.

por Victor Marcondes (Revista O Mecânico)

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