domingo, 17 de julho de 2011

Utilizando os gráficos do scanner para analisar defeitos


Na grande maioria das vezes, o scanner é visto apenas como uma ferramenta de captura de defeitos, para apagar memória de avaria e algumas outras funções básicas como reset do MCE (Módulo de Controle Eletrônico).

Como eu sempre ressalto aos participantes de nossos treinamentos,  a melhor ferramenta da oficina é o conhecimento profissional.

Mas, por que estou falando isso?

Não é difícil nos depararmos com condições em que o scanner indica um erro e, na realidade, essa não é a real causa do defeito ou sintoma da motocicleta.
Por isso, é interessante que o scanner trabalhe também com um PC, o que permite analisar o cruzamento de informações através dos gráficos gerados.

Sendo mais objetivo, é de fundamental importância que os reparadores consigam interpretar os sintomas dos defeitos apresentados, e que tenham conhecimento sobre cada tipo de estratégia gerada em decorrência de cada tipo de defeito.

Exemplificando, vamos imaginar que o defeito apresentado seja da sonda lambda, e os sintomas da motocicleta são funcionamento irregular e consumo alto.

Primeiramente, deve-se verificar não apenas a amplitude do sinal gerado pela sonda, como também a velocidade de resposta deste sinal (ação e reação). Ao se acelerar o motor e mantê-lo em uma rotação de aproximadamente 3.000 rpm, o tempo de injeção inicialmente aumenta, diminuindo em seguida.

No momento em que a sonda lambda identificar a elevação da mistura (mais rica), imediatamente o tempo de injeção deverá ser corrigido, e o TI (tempo de injeção) será reduzido. Assim que a sonda lambda sentir a consequência desta redução, o sinal deverá ser corrigido, podendo, novamente, subir um pouco, e fazer com que a modulação do tempo de injeção chegue mais próximo do ideal.

Observação: O tempo da ação e reação deverá ser bem rápido.

Para fazer esse cruzamento de informações em tempo real, o scanner pode ser utilizado, conforme a imagem a seguir:

Observar que o gráfico gerado pelo scanner corresponde à alteração do tempo de injeção em relação ao resultado obtido pela sonda lambda. É fundamental poder cruzar estas informações, a fim de que possa ser verificada a velocidade de resposta da sonda em consequência da alteração do tempo de injeção e vice-versa.

Vou aproveitar e comentar a relação do sensor MAP e do sensor TP.  Podemos, também, cruzar o resultado destes dois sinais.

Ao se alterar a abertura angular da borboleta, o vácuo gerado pela câmara de combustão também será alterado, gerando sinal do MAP quase em tempo real.
Nos itens “D” e “E”, a estabilização do vácuo ocorre pelo aumento gradual da rotação do motor.

Resumindo, a possibilidade de se trabalhar com um sistema de diagnóstico, que permite elaborar gráficos comparativos entre sinais de ação e reação, nos possibilita um diagnóstico rápido e preciso, agilizando os diagnósticos mais complexos.

por Rino Liciani Júnior (Oficina Brasil)

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