domingo, 10 de abril de 2011

Como seria o Chevrolet Veraneio hoje em dia?

Projeção da versão moderna da Chevrolet Veraneio: detalhes geralmente usados nos utilitários esportivos vendidos nos Estados Unidos

O designer Eduardo Oliveira faz as projeções da lendária perua 

Sempre lembrada por ter sido viatura policial, perua escolar e ambulância nos anos 70 e 80, a perua Chevrolet Veraneio ficou registrada na memória de muita gente no Brasil. Quem já passou dos 30 deve se lembrar: o modelo da GM foi símbolo de repressão, seja dos militares ou dos policiais que precisavam de muita habilidade para equilibrar o carro nas curvas atrás da bandidagem. Era um desafio às leis da física dirigir rápido com um ajuste de suspensão claramente voltado para o conforto. De qualquer forma, por ter sido um modelo marcante, a Veraneio merece uma releitura moderna, não? Foi o que fez o designer Eduardo Oliveira. 

“A Veraneio é um projeto antigo meu, inclusive o modelo é baseado na geração anterior da Silverado, tentei deixar detalhes que lembrassem a versão antiga como o vinco lateral que faz uma curva descendente, a traseira mais inclinada e na frente o formato da grade das picapes dos anos 70 da Chevrolet”, explica Oliveira. De fato, a versão original perua tinha alguns detalhes estéticos bem característicos. O principal deles era a traseira saliente com as pequenas lanternas inconfundíveis, de formato côncavo, montadas na vertical. Na frente, a enorme grade cromada e os vincos no capô faziam parte da cara de poucos amigos do carro que é o avô da esquecida Blazer de hoje em dia, depois de ter cedido lugar à mais compacta Bonanza


Chevrolet Veraneio original: produzida por três décadas

Mas apesar do aspecto sombrio, a Veraneio também tinha seu lado  simpático. Conseguia acomodar até oito pessoas com ajuda do banco inteiriço e da alavanca de câmbio na coluna de direção, a mesma usada no sedã Opala
 
Tinha curso longo entre as trocas das três marchas, mas funcionava bem com o motor de seis cilindros, forte o suficiente para empurrar as quase duas toneladas de peso com certa desenvoltura. O problema é que a boa disposição tinha um preço: o alto consumo. Não passava dos 4,8 km/l na cidade e 5,5 km/l na estrada. Mas quem se importava? Bom era acelerar e ouvir os “seis canecos” trabalhando a todo vapor.

Com boa disposição, o carro precisou ao longo do tempo de melhorias nos freios e na direção para se tornar menos perigoso em velocidade. Foi providenciado um sistema de freio com assistência (servofreio) e discos ventilados. Além disso, ganhou direção hidráulica para ajudar nas manobras. 

Mas a reforma mais completa veio em 1989, quando passou a ter linhas mais retas, baseadas no desenho das picapes A/C/D20 da época. Perdeu bastante das características originais, mas recebeu o conforto do ar-condicionado. 

Chegou até ter rodas de liga-leve, vidros elétricos e direção com assistência eletrônica na versão de luxo Custom. Mas não resistiu à chegada de modelos mais modernos e saiu de linha em 1994.

por Carlos Guimarães com projeções de Eduardo Oliveira (Auto Esporte)

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