Novos modelos são mais leves, menos ruidosos e ajudam a economizar combustível
Que tal um jogo de pneus que roda mais, faz o carro frear melhor no piso molhado e, de quebra, reduz o consumo de combustível e os níveis de emissões de poluentes? É isso que a nova linha de pneus “verdes” da Pirelli, que custou US$ 20 milhões nos últimos três anos para ser desenvolvida, promete ao consumidor. São três produtos: Cinturato P1, para modelos de baixa potência (para aros de 13” e 14”), Cinturato P7, para veículos de médio e alto desempenho (16” a 18”), e Scorpion Verde All Season, para picapes e utilitários esportivos (16” a 20”).
O “pulo do gato” está em uma combinação de importantes fatores, como estrutura, desenho da banda de rodagem e materiais novos, como sílica e polímeros funcionais. Em resumo, isso proporciona um pneu 8% mais leve, menos ruidoso e bem mais durável – segundo a Pirelli, o lançamento pode proporcionar o retorno de investimento equivalente a até 3,6 pneus (no caso dos Cinturatos P1 e P7) até o fim de sua durabilidade quando comparado a modelos tradicionais.
Isso apesar de custarem um pouco mais: os dois modelos voltados para veículos de passeio custarão 3,5% mais que os equivalentes convencionais da marca, enquanto o Scorpion Verde All Season terá custo 5% superior. Todos eles chegam ao mercado no fim do mês.
Na pista
Para mostrar os dotes de cada um deles, a empresa organizou uma seção de demonstrações, algumas delas com comparativos entre os novos produtos e modelos equivalentes da própria marca atualmente no mercado. Na primeira prova foram utilizados dois Ford New Fiesta. Estacionados com as rodas traseiras elevadas em plataformas de cerca meio metro, os modelos foram conduzidos em ponto morto e em linha reta. A ideia era mostrar qual chegaria mais longe, ou seja, qual jogo de pneus apresentaria menor resistência ao rolamento. No ensaio, o Cinturato P1 superou a distância de 50 metros (na média das seis repetições realizadas, sendo que a cada três delas o jogo de pneus de um carro era trocado pelo do outro), contra 42 m do Ford equipado com o P7 tradicional.
A demonstração seguinte, com um Fiat Palio Weekend sobre um dinamômetro, serviu para mostrar outra diferença importante em favor do pneu verde: ele trabalha em temperatura 9°C mais baixa e “economiza” três cavalos de potência do motor, o que também ajuda a melhorar o consumo. No próximo comparativo, dessa vez entre P7 e Cinturato P7, um Fiat Linea com ABS foi utilizado para frenagem em pista molhada, a uma velocidade de 80 km/h. A média apontou 26,4 metros de distância até que o carro parasse totalmente com pneus verdes, contra 28,72 m do modelo convencional.
Depois disso, a medição de consumo de combustível, a bordo de um Chevrolet Agile guiado a 40 km/h (com auxílio do controle de velocidade), indicou média de consumo 5,8% melhor com os novos pneus. Já a prova de aceleração a bordo de um Audi A5 equipado com o Cinturato P7 mostrou o quanto o carro se mantém estável mesmo em curvas feitas a até 170 km/h, ou quando rodamos – sempre com os pilotos da Pirelli ao volante – a mais de 220 km/h em retas. De acordo com a empresa, a vantagem se deve à menor deformação dos pneus, mas a falta do comparativo nessa demonstração não deixou claro se o produto verde é realmente superior a seu antecessor.
O mesmo se pode dizer do breve teste na estrada de terra e pedriscos. O pneu Scorpion (concebido para 80% de uso no asfalto e 20% na terra) passou sem dificuldade por ali, é verdade, mas sem a comparação não há como dizer se é ou não melhor ao similar convencional. Outras informações interessantes: segundo a Pirelli, os novos produtos são 30% menos ruidosos e oferecem economia de combustível de até 6%. Pode parecer pouco, mas a empresa informa que é o suficiente para que um veículo guiado em ótimas condições de rodagem deixe de emitir 100 mil litros de CO² ao ano, considerando que rode 20 mil quilômetros nesse período.
Falta de pneus
Vez ou outra, o consumidor percebe a falta de algum componente de reposição no mercado. E os pneus não estão livres disso. De acordo com Roberto Falkenstein, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli, existem, basicamente, dois motivos para que isso aconteça. “A demora além do normal para desembaraçar a carga nos portos acaba prejudicando o abastecimento das lojas, é algo que acontece em alguns momentos e que afeta, principalmente, a linha de importados. Mas há causas climáticas também, como as fortes chuvas que afetaram os países asiáticos que nos fornecem borracha natural”, comenta. O diretor admite que atrasos existem, mas lembra que não tem notícia sobre desabastecimento na Pirelli nos últimos cinco meses.
por Igor Thomaz (Auto Esporte)
Nenhum comentário:
Postar um comentário