Anúncio da nova taxa afetou marcas de veículos feitos fora do país
A Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos
Automotores) registrou queda nos emplacamentos de veículos em outubro.
No geral, os resultados tiveram baixa de 41,2% em outubro, sendo que
apenas duas das 27 filiadas registraram crescimento em seus
emplacamentos. Foram 13.264 unidades comercializadas em outubro, ante
22.569 veículos no mês anterior.
O presidente da associação, José
Luiz Gandini, atribuiu a queda nos números ao anúncio do aumento de 30%
na taxa do IPI cobrada sobre veículos importados.
“Obviamente o
consumidor brasileiro se retraiu. No primeiro momento, após anúncio do
decreto, houve uma corrida às concessionárias de importadoras. Mas logo
no início de outubro o setor sentiu um duro golpe. Embora estejamos
satisfeitos com o Supremo Tribunal Federal, ao suspender a
aplicabilidade imediata do Decreto 7.567, depois de 45 dias, as nossas
associadas não tiveram tempo de se programar”, afirmou Gandini.
Entretanto,
o resultado de emplacamentos no período acumulado – entre janeiro e
outubro deste ano –, a associação contabiliza mais de 165 mil unidades,
volume 98,3% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Com
os resultados de outubro e do acumulado, as associadas da Abeiva
passaram a responder por 5,03% e 5,92% do mercado interno brasileiro,
respectivamente.
A Abeiva afirma que a tendência para os meses de novembro e dezembro é
que os emplacamentos retornem à média mensal de 2011. Quando perguntado
sobre a restituição do valor extra pago pelos clientes que compraram
veículos já com o novo IPI, a associação garantiu que não há motivo para
preocupação.
“Todos os associados da Abeiva foram afetados, sem
exceção. No entanto, os poucos carros faturados já estavam encomendados e
foram faturados com o imposto do mês de outubro. Mesmo que haja
qualquer tipo de dificuldade (na restituição dos valores), as marcas vão
se comprometer a restituir o imposto e depois brigar pela devolução do
valor. Ninguém vai perder clientes por conta disso”, declarou Paulo
Sergio Kakinoff, vice-presidente da Abeiva e presidente da Audi do Brasil.
Quanto
aos impactos que o novo IPI pode causar nas montadoras a partir de
dezembro, a associação preferiu adotar uma postura cautelosa.
“A
gente trabalha com as informações oficiais que temos até agora, ou seja,
a partir de 15 de dezembro teremos a vigência do novo IPI. Nós sabemos
que as marcas que pretendem produzir carros no Brasil possuem tratativas
independentes com o governo, e isso já valia antes do novo IPI”,
concluiu Kakinoff.
por Vitor Matsubara (Quatro Rodas)
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