segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Vendas de importados caem 41,2% em outubro

De acordo com a Abeiva, o Kia Soul foi o modelo importado mais vendido de outubro, com 1.203 unidades

Para Abeiva, indecisão sobre aumento de IPI foi principal motivo pelo mau desempenho

A Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores, mais conhecida como Abeiva, apresentou semana passada (09/10) à imprensa os números do setor de carros importados. Não é um panorama muito promissor, já que somente duas das 27 marcas associadas obtiveram taxa de crescimento na relação outubro/setembro (Aston Martin e Changan) e, no geral, as importadoras afiliadas encerraram um mês com queda de 41,2% no número de unidades emplacadas. Em comparação ao mesmo mês de 2010, no entanto, as vendas ainda significam superávit de 25,6%.

Apesar de não serem números animadores, não se pode dizer que sejam totalmente inesperados. As marcas associadas à Abeiva foram as mais afetadas com a decisão anunciada pelo Governo Federal de aumentar o IPI para veículos com menos de 65% de conteúdo nacional. Segundo Paulo Kakinoff, vice-presidente da associação e presidente da Audi, a performance de outubro é justificada justamente por conta das consequências do decreto do governo. Logo que a medida foi anunciada, em setembro, houve um pico nas vendas, já que os consumidores queriam aproveitar antes que os preços subissem. Já em outubro, o mercado teria ficado parado, esperando a decisão do Supremo Tribunal Federal.

“Embora estejamos satisfeitos com o STF, ao suspender a aplicabilidade imediata do Decreto 7.567, depois desses 45 dias, as nossas associadas não tiveram tempo de se programar”, avaliou em comunicado José Luiz Gandini, presidente da Abeiva e da Kia Motors. 

O Chery QQ ficou sem segundo lugar, com 1179 unidades vendidas


Falta de estoque

A questão que fica agora é: já que o STF decidiu que a norma só poderia entrar em vigor na segunda quinzena de dezembro, as marcas da Abeiva estariam preparadas para uma outra “corrida às concessionárias de importados”? Ao que tudo indica, não. Kakinoff defendeu que, mesmo variando de associada para associada, o tempo de trânsito dos importados é muito grande para que as matrizes consigam aumentar significamente os estoques até 15 de dezembro. “O ciclo de importação – pedido, confirmação do pedido, produção e período de transporte – é de no mínimo 90 dias. Assim, mesmo com a suspensão do IPI no dia 20 de outubro, o setor ficou impossibilitado de trazer mais unidades para o país”, explicou Gandini.

Durante a coletiva, quando perguntados sobre quem mais havia sido beneficiado pela medida governamental, Kakinoff preferiu dizer simplesmente que “os beneficiados não estão presentes nessa coletiva”, embora alguns dos representantes falassem “a Anfavea” ao fundo, referindo-se à Associação nacional de Fabricantes de Veículos Automotores. O vice-presidente também defendeu que nenhuma das marcas foi mais atingida. “Todos os associados foram prejudicados, de Chery à Ferrari ou Bentley”. E completou: “É realmente fácil fazer essa diferença entre beneficiados e prejudicados”. 

por Marina Jankauskas (Auto Esporte)

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