domingo, 23 de outubro de 2011

Como cuidar corretamente do escapamento

Manutenção correta do sistema de escape evita poluição e ruídos

Cuidados com o sistema de exaustão podem evitar desgaste e até problemas no motor

Uma pesquisa feita pela Central de Inteligência Automotiva (Cinau) com 1.100 oficinas na Grande São Paulo aponta que reparação de escapamento é um dos dez serviços mais realizados. Mas por que o sistema de exaustão requer tanto conserto?

O diretor de treinamento do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa), Cesar Samos, diz que vários fatores podem levar ao seu desgaste prematuro. Por outro lado, muitos deles podem ser evitados apenas com alguns cuidados dos motoristas. Veja algumas dicas para cuidar do sistema e evitar que o buraco seja mais embaixo.

Causas do desgaste prematuro

A vida útil do escapamento pode ser comprometida por motivos aparentemente simples, mas muito comuns. O uso de combustível adulterado é um dos principais. Henry Grosskopf, especialista em sistema de exaustão e gerente de engenharia de produtos da Tuper, explica: “água, solvente ou qualquer outro produto adicionado ao combustível aumenta a corrosão do sistema, devido ao acúmulo de líquido e aos gases mais agressivos resultantes da queima”. Ele sugere que o motorista abasteça somente em postos conhecidos. 

Andar por trajetos curtos também pode levar o escapamento a apresentar problemas mais cedo. “Quando o veículo percorre pequenos trechos, não há tempo para que o sistema chegue à temperatura ideal para a combustão e, consequentemente, há acúmulo de água na tubulação e nos silenciosos intermediário e traseiro”, conta Henry.

O automóvel que é pouco usado é outro que corre o risco de ter o escapamento corroído em pouco tempo. “A falta de uso diminui a vida útil pela metade. Geralmente, o sistema de exaustão tem que ser reparado a cada dois anos, principalmente para troca do silencioso traseiro. Já o catalisador, responsável por diminuir os níveis de emissões do carro por meio de uma reação química, deve ser substituído a cada 80 mil quilômetros. Os veículos que circulam pouco chegam a passar por esse tipo de substituição em menos de um ano, enquanto táxis que rodam diariamente têm o silencioso trocado a cada três ou quatro anos”, relata Ricardo Vicente Arena, dono de um centro automotivo.

Até mesmo aquela batidinha na lombada pode ser imperdoável e comprometer o escapamento. “Uma vez furado ou quebrado, os gases acabam saindo antes de passar por todo o sistema de exaustão. E o que acontece? Além de expeli-los de maneira incorreta, o carro exige mais do motor, que pode apresentar problemas, render menos, consumir mais combustível e, consequentemente, poluir mais”, explica Samos, que acrescenta que, se o escapamento estiver amassado, a saída dos gases pode ser prejudicada e o desempenho do propulsor, comprometido.

O escapamento está com defeito?

O escapamento pode apresentar diversos defeitos, como corrosão, amassados e até se desprender do carro, caso os coxins (que são as borrachas que o fixam) estejam ruins. “Se tiver algum furo, o correto é substituir a peça. A solda camufla o problema apenas temporariamente, pois o seu interior permanece prejudicado. E, ao instalar uma peça nova no sistema, é preciso checar as demais para não haver o risco de algumas delas se soltarem e causarem ruídos indesejáveis”, aponta Grosskopf.

Para saber se o sistema apresenta algum problema, é imprescindível ficar atento ao aumento de ruído e ao cheiro forte de combustível. Mas Grosskopf alerta: “Isso não é suficiente. O motorista deve fazer a revisão de acordo com as orientações do manual do proprietário de seu veículo, mesmo que tudo esteja aparentemente em ordem. Nas oficinas, eles vão levantar o carro e inspecioná-lo. Nas mais modernas, são feitas medições de ruídos e de emissões”.

O problema mais grave no catalisador é o desprendimento da sua cerâmica interna. “Nesse caso, não tem jeito. Ele perderá sua função e é necessário trocá-lo”, salienta Arena.

Padrão de qualidade

Com a inspeção veicular na cidade de São Paulo, que mede o nível de ruídos e as emissões de poluentes, o escapamento é posto em xeque. Se houver alguma irregularidade em um dos itens do sistema, como peças desgastadas e soltas, o carro é reprovado logo no teste visual.

Por isso, o diretor do Sindirepa, avisa: “ao trocar o silencioso, seja o intermediário ou o traseiro, escolha os que seguem os padrões de qualidade determinados pela legislação 418 de 2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e os requisitos prescritos na ABNT NBR 9714. Quanto aos catalisadores, procure os homologados pelo Inmetro”. 

por Camila Franco (Auto Esporte)

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