Manutenção correta do sistema de escape evita poluição e ruídos
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Cuidados com o sistema de exaustão podem evitar desgaste e até problemas no motor
Uma pesquisa feita pela Central de Inteligência Automotiva (Cinau)
com 1.100 oficinas na Grande São Paulo aponta que reparação de
escapamento é um dos dez serviços mais realizados. Mas por que o sistema
de exaustão requer tanto conserto?
O diretor de
treinamento do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e
Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa), Cesar Samos, diz que
vários fatores podem levar ao seu desgaste prematuro. Por outro lado,
muitos deles podem ser evitados apenas com alguns cuidados dos
motoristas. Veja algumas dicas para cuidar do sistema e evitar que o
buraco seja mais embaixo.
Causas do desgaste prematuro
A
vida útil do escapamento pode ser comprometida por motivos
aparentemente simples, mas muito comuns. O uso de combustível adulterado
é um dos principais. Henry Grosskopf, especialista em sistema de
exaustão e gerente de engenharia de produtos da Tuper, explica: “água,
solvente ou qualquer outro produto adicionado ao combustível aumenta a
corrosão do sistema, devido ao acúmulo de líquido e aos gases mais
agressivos resultantes da queima”. Ele sugere que o motorista abasteça
somente em postos conhecidos.
Andar
por trajetos curtos também pode levar o escapamento a apresentar
problemas mais cedo. “Quando o veículo percorre pequenos trechos, não há
tempo para que o sistema chegue à temperatura ideal para a combustão e,
consequentemente, há acúmulo de água na tubulação e nos silenciosos
intermediário e traseiro”, conta Henry.
O automóvel que é
pouco usado é outro que corre o risco de ter o escapamento corroído em
pouco tempo. “A falta de uso diminui a vida útil pela metade.
Geralmente, o sistema de exaustão tem que ser reparado a cada dois anos,
principalmente para troca do silencioso traseiro. Já o catalisador,
responsável por diminuir os níveis de emissões do carro por meio de uma
reação química, deve ser substituído a cada 80 mil quilômetros. Os
veículos que circulam pouco chegam a passar por esse tipo de
substituição em menos de um ano, enquanto táxis que rodam diariamente
têm o silencioso trocado a cada três ou quatro anos”, relata Ricardo
Vicente Arena, dono de um centro automotivo.
Até mesmo
aquela batidinha na lombada pode ser imperdoável e comprometer o
escapamento. “Uma vez furado ou quebrado, os gases acabam saindo antes
de passar por todo o sistema de exaustão. E o que acontece? Além de
expeli-los de maneira incorreta, o carro exige mais do motor, que pode
apresentar problemas, render menos, consumir mais combustível e,
consequentemente, poluir mais”, explica Samos, que acrescenta que, se o
escapamento estiver amassado, a saída dos gases pode ser prejudicada e o
desempenho do propulsor, comprometido.
O escapamento está com defeito?
O
escapamento pode apresentar diversos defeitos, como corrosão, amassados
e até se desprender do carro, caso os coxins (que são as borrachas que o
fixam) estejam ruins. “Se tiver algum furo, o correto é substituir a
peça. A solda camufla o problema apenas temporariamente, pois o seu
interior permanece prejudicado. E, ao instalar uma peça nova no sistema,
é preciso checar as demais para não haver o risco de algumas delas se
soltarem e causarem ruídos indesejáveis”, aponta Grosskopf.
Para
saber se o sistema apresenta algum problema, é imprescindível ficar
atento ao aumento de ruído e ao cheiro forte de combustível. Mas
Grosskopf alerta: “Isso não é suficiente. O motorista deve fazer a
revisão de acordo com as orientações do manual do proprietário de seu
veículo, mesmo que tudo esteja aparentemente em ordem. Nas oficinas,
eles vão levantar o carro e inspecioná-lo. Nas mais modernas, são feitas
medições de ruídos e de emissões”.
O problema mais grave
no catalisador é o desprendimento da sua cerâmica interna. “Nesse caso,
não tem jeito. Ele perderá sua função e é necessário trocá-lo”,
salienta Arena.
Padrão de qualidade
Com
a inspeção veicular na cidade de São Paulo, que mede o nível de ruídos e
as emissões de poluentes, o escapamento é posto em xeque. Se houver
alguma irregularidade em um dos itens do sistema, como peças desgastadas
e soltas, o carro é reprovado logo no teste visual.
Por
isso, o diretor do Sindirepa, avisa: “ao trocar o silencioso, seja o
intermediário ou o traseiro, escolha os que seguem os padrões de
qualidade determinados pela legislação 418 de 2009 do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama) e os requisitos prescritos na ABNT NBR 9714.
Quanto aos catalisadores, procure os homologados pelo Inmetro”.
por Camila Franco (Auto Esporte)
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