Fiat Uno adaptado pode ser alimentado por álcool, gasolina, luz solar e pelo vento |
Além de “beber” álcool e gasolina, carro utiliza energia eólica e solar para reduzir consumo
A invenção motorizada do mecânico Fernando Alves Ximenes promete
reduzir em até 40% os gases poluentes despejados pelos carros. Aos 46
anos, o cearense é responsável pela criação de um carro quadriflex
artesanal, que além de “beber” gasolina e etanol, também se alimenta de
energia solar e eólica para auxiliar na redução de consumo de
combustível. “Este é o primeiro veículo do mundo com a tecnologia”,
valoriza o inventor.
Para colocar o advento em prática, Ximenes utilizou um Fiat Novo Uno
e manteve a maioria das características do carro. Apesar do título
“quadriflex”, o motor que move o veículo é o mesmo bicombustível da
versão original. O diferencial está nos sistemas auxiliares de captação
de energia. A solar é obtida por meio de um painel fotovoltaico
instalado no teto. O mecânico prefere não entregar muitos detalhes sobre
o sistema de captação de energia eólica, mas revela que ela é gerada
através de turbinas instaladas na dianteira do carro, que entram em
funcionamento a partir dos 40 km/h.
Essas fontes
alternativas são as responsáveis por alimentar os sistemas periféricos
do carro, como ar-condicionado, luzes e rádio. Com isso, foi-se o
alternador e a transferência de energia do motor a combustão para a
parte elétrica do veículo, o que auxiliou na redução do consumo e na
manutenção da potência do motor. Quando não utilizada, a energia captada
é armazenada na bateria do carro. Apesar das modificações, o peso do
veículo não é radicalmente alterado, mantendo a média de 840 kg do Uno.
Placa instalada no teto capta energia solar; Sistema de turbinas instalados na dianteira gera energia pelo vento |
O
carro é bom para o meio ambiente e para o bolso. O litro da gasolina
rende até cinco quilômetros a mais com o uso da tecnologia. Segundo
Ximenes, a potência original do carro é de 75 cv. Com o uso das energias
alternativas esse número sobe para 81 cv, além de aumentar em 40% o
torque. A sensação, segundo o criador do automóvel, é de que o motor 1.0
tem força equivalente ao de um bloco 1.3 litro.
A
preocupação do mecânico com o meio ambiente surgiu há dez anos, durante o
chamado “Apagão”, em 2001. Na época, o país passava por uma crise no
abastecimento de energia elétrica e instaurou medida de racionamento.
“Percebi que era preciso criar sistemas alternativos sustentáveis para
desacelerar o processo de degradação ambiental”, lembra Ximenes.
Desde então, o mecânico tem se dedicado inteiramente à causa ecológica. Em conjunto com a empresa Gram-Eollic,
que estuda projetos industriais com energias alternativas (e da qual o
cearense faz parte), Ximenes desenvolveu um poste que fornece iluminação
também por meio de energia eólica e solar. “Meu sonho é construir uma
cidade totalmente sustentável”, revela.
O carro
quadriflex ainda não passa de um protótipo, mas a ideia do inventor é
divulgar sua criação para que automóveis sejam desenvolvidos com a
tecnologia, que custa cerca de R$ 8.000 e pode ser instalada em qualquer
veículo.
Tecnologia tem um custo de cerca de R$ 8 mil para instalação em qualquer veículo |
por Aline Magalhães (Auto Esporte)
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