quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Mecânico brasileiro desenvolve carro "quadriflex"

Fiat Uno adaptado pode ser alimentado por álcool, gasolina, luz solar e pelo vento

Além de “beber” álcool e gasolina, carro utiliza energia eólica e solar para reduzir consumo

A invenção motorizada do mecânico Fernando Alves Ximenes promete reduzir em até 40% os gases poluentes despejados pelos carros. Aos 46 anos, o cearense é responsável pela criação de um carro quadriflex artesanal, que além de “beber” gasolina e etanol, também se alimenta de energia solar e eólica para auxiliar na redução de consumo de combustível. “Este é o primeiro veículo do mundo com a tecnologia”, valoriza o inventor.

Para colocar o advento em prática, Ximenes utilizou um Fiat Novo Uno e manteve a maioria das características do carro. Apesar do título “quadriflex”, o motor que move o veículo é o mesmo bicombustível da versão original. O diferencial está nos sistemas auxiliares de captação de energia. A solar é obtida por meio de um painel fotovoltaico instalado no teto. O mecânico prefere não entregar muitos detalhes sobre o sistema de captação de energia eólica, mas revela que ela é gerada através de turbinas instaladas na dianteira do carro, que entram em funcionamento a partir dos 40 km/h.

Essas fontes alternativas são as responsáveis por alimentar os sistemas periféricos do carro, como ar-condicionado, luzes e rádio. Com isso, foi-se o alternador e a transferência de energia do motor a combustão para a parte elétrica do veículo, o que auxiliou na redução do consumo e na manutenção da potência do motor. Quando não utilizada, a energia captada é armazenada na bateria do carro. Apesar das modificações, o peso do veículo não é radicalmente alterado, mantendo a média de 840 kg do Uno

Gram-Eollic
Placa instalada no teto capta energia solar; Sistema de turbinas instalados na dianteira gera energia pelo vento
O carro é bom para o meio ambiente e para o bolso. O litro da gasolina rende até cinco quilômetros a mais com o uso da tecnologia. Segundo Ximenes, a potência original do carro é de 75 cv. Com o uso das energias alternativas esse número sobe para 81 cv, além de aumentar em 40% o torque. A sensação, segundo o criador do automóvel, é de que o motor 1.0 tem força equivalente ao de um bloco 1.3 litro.

A preocupação do mecânico com o meio ambiente surgiu há dez anos, durante o chamado “Apagão”, em 2001. Na época, o país passava por uma crise no abastecimento de energia elétrica e instaurou medida de racionamento. “Percebi que era preciso criar sistemas alternativos sustentáveis para desacelerar o processo de degradação ambiental”, lembra Ximenes.

Desde então, o mecânico tem se dedicado inteiramente à causa ecológica. Em conjunto com a empresa Gram-Eollic, que estuda projetos industriais com energias alternativas (e da qual o cearense faz parte), Ximenes desenvolveu um poste que fornece iluminação também por meio de energia eólica e solar. “Meu sonho é construir uma cidade totalmente sustentável”, revela.

O carro quadriflex ainda não passa de um protótipo, mas a ideia do inventor é divulgar sua criação para que automóveis sejam desenvolvidos com a tecnologia, que custa cerca de R$ 8.000 e pode ser instalada em qualquer veículo.


Gram-Eollic
Tecnologia tem um custo de cerca de R$ 8 mil para instalação em qualquer veículo



















por Aline Magalhães (Auto Esporte)

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