domingo, 8 de julho de 2012

Oficina ecológica - Parte 1




Num momento em que a preservação do meio ambiente é uma das questões mais discutidas globalmente, saiba o que você pode fazer no dia-a-dia de sua oficina para aderir à essa nobre causa

Já não é de hoje que a preocupação com o meio ambiente vem mexendo com a sociedade de um modo geral. A preservação da natureza e os riscos que sua destruição pode trazer para a raça humana e todos os seres vivos são assuntos em pauta na maioria dos setores industriais, e o universo automotivo, por ter uma grande parcela de culpa na emissão de poluentes na atmosfera, é um dos mais pressionados na luta para limpar o planeta e tentar reverter essa situação.

Essa conscientização ecológica, na verdade, partiu, mais uma vez, das montadoras, e foi tomando força em toda a cadeia automotiva. Começou nos salões do mundo inteiro, com protótipos ecológicos, combustíveis alternativos e outros meios de preservação. Os fornecedores, fabricantes de peças, pneus e combustíveis assumiram a mesma posição. Agora, como parte importante da cadeia, por conta da manutenção e reparação de veículos, a oficina mecânica também está aderndo à causa.

Mas o que fazer? Tanto se fala e muito pouco se faz efetivamente dentro de uma oficina para contribuir com a ecologia. Hoje em dia, porém, mais do que uma questão social, a preservação virou uma questão de saúde pública e até legal: o cerco para quem não respeita as leis de preservação do meio ambiente está apertando e pode gerar muito prejuízo em multas e processos com penas mais severas.
 
Na quarta matéria da seção Qualidade em Série, realizada com a participação do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), abordaremos a questão da separação dos resíduos nas oficinas e o descarte correto de peças e outros lixos gerados da reparação. Trazemos nessa matéria recomendações, informações e dicas sobre como fazer parte dessa luta, no gerenciamento de sua própria oficina ecológica. Você pode começar hoje, sem gastar nenhum tostão.

 


Hora de separar e reciclar

"O trabalho de separação de resíduos e descarte correto de peças numa oficina mecânica começa com a conscientização dos seus colaboradores", afirma José Pala cio, do IQA. "Os mecânicos precisam desenvolver a cultura da preservação do meio ambiente, começando com atitudes simples, e a partir daí fazer desse exercício uma constante no seu local de trabalho e até mesmo em casa", completa.

A questão da preservação do meio ambiente e o descarte correto de peças e líquidos em estabelecimentos de reparação automotiva começaram com a necessidade de separar a água do óleo. "Essa mistura (água e óleo) proveniente da lavagem de motores, por exemplo, e outros resíduos como terra e impurezas vão diretamente para o esgoto, contaminando o saneamento público. Para amenizar essa situação muitas oficinas adotaram caixas decantadoras, que fazem o trabalho da separação, jogando no esgoto a água limpa e num outro recipiente o óleo coletado, que depois pode ser vendido. 

Palacio afirma que esse método hoje é recomendado pelo IQA, mas vai ser um requisito obrigatório para a certificação em breve, que será cobrado numa auditoria. "Tudo começou com uma parceria que fizemos com a CETESB para o programa de manutenção de veículos pesados". De acordo com a lei 9605 de 12 de fevereiro de 1998 do Ibama, os resíduos devem ter descarte específico feito por empresas capacitadas e credenciadas para essa prática.

"É importante lembrar que esta inscrito na lei de crimes ambientais, que o lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, detritos, óleo ou substâncias oleosas no esgoto pode gerar uma pena de reclusão de um a cinco anos", alerta. Ele explica que as oficinas devem atender à Resolução do CONAMA 362, de 23 de junho de 2005, que determina como o descarte do produto deve ser e o que fazer com o produto utilizado.

"A lei já existe o que falta é fiscalização, que começará a ficar mais rigorosa em breve", avisa. Isso porque a norma NBR 10004 classifica o óleo lubrificante descartado como um produto altamente tóxico e perigoso para a saúde e o meio ambiente.

E, em relação aos pneus, também já existe uma regulamentação que aponta os fabricantes como responsáveis pelos resíduos de seus produtos, desde 2005. De acordo com a Resolução CONAMA n° 258, os fabricantes de pneus são responsáveis pelo destino dos seus produtos para que não impactem nomeio ambiente. A ANIP inclusive faz um trabalho forte neste sentido, para qual foram criados diversos ECOPONTOS em todo o país, com a intenção de recolher os pneus. Em geral, todos os produtos automotivos descartados são de responsabilidade do fabricante.

por Carolina Vilanova (Portal O Mecânico)

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