sábado, 25 de junho de 2011

BorgWarner anuncia nova fábrica no Brasil


Empresa vai investir R$ 70 milhões e quer fornecer turbos para Fiat, Ford, PSA e VW

Os turbocompressores ainda são raridade nos carros de passeio nacionais. Mas isso é só hoje. De acordo com Arnaldo Iezzi Júnior, diretor-geral da alemã BorgWarner, tudo mudará nos próximos três anos.

Na última terça-feira (21), o executivo anunciou a construção de uma nova fábrica da BorgWarner no Brasil. A unidade será erguida em Itatiba, no interior paulista, com obras marcadas para começar no fim deste ano. A fábrica de Campinas (SP) será fechada. Um montante de R$ 70 milhões foi disponibilizado para a filial brasileira.

A nova fábrica terá também um Centro de Engenharia (desenvolvimento e pesquisas). Os planos da BorgWarner são ambiciosos: a ideia é aplicar R$ 35 milhões na nova fábrica e os outros R$ 35 milhões em novos produtos. E aqui entram os turbos dos carros.

A unidade de Itatiba só abrirá os portões em dezembro de 2012. Mas a fabricante alemã já negocia com grandes montadoras para fornecer turbos e outros sistemas – como comando variável de válvulas – para motores compactos. Segundo Arnaldo Iezzi Jr., as negociações estão avançadas com Fiat, Ford, PSA Peugeot-Citroën e Volkswagen. “A tecnologia já existe na Europa. Precisamos apenas adaptá-la para a motorização flex”.

O executivo informou também que a produção de turbocompressores para carros de passeio deve se tornar rapidamente o principal negócio da empresa no país. “Acho que a aplicação de turbo vai pegar para valer no Brasil, porque é algo factível. Quando uma montadora lançar o primeiro produto, as outras vão atrás”. Segundo Arnaldo, se o mercado brasileiro chegar às 5 milhões de unidades previstas para 2015, vender um milhão de turbos internamente “será fácil”.

Entre os projetos, Arnaldo destacou as parcerias já estabelecidas na Europa – e que devem se repetir por aqui. Uma delas é com a PSA, para o fornecimento da turbina do motor 1.6 litro 16V THP, que equipa o Peugeot 3008 e logo chegará ao sedã 408. Outro motor apontado pelo executivo é o 1.0 Ecoboost, da Ford, que está previsto para equipar a futura geração global do subcompacto Ka, a partir de 2014 – o protótipo esteve no Salão do Automóvel de São Paulo.

Outra possibilidade, esta na VW, é o lançamento de um motor 1.4 turbo – que equiparia uma possível versão GTI da nova geração do popular Gol. Só que, nesse caso, o apelo será diferente do saudoso Gol GTi. “Na época, o Gol GTI vendia esportividade. Hoje o apelo é totalmente voltado ao lado ecológico, de redução de consumo e emissão de poluentes”, afirma o diretor-geral da BorgWarner.
 
por Diogo de Oliveira (Revista Auto Esporte)

Nenhum comentário:

Postar um comentário