domingo, 26 de junho de 2011

Vendas de motocicletas têm marca recorde



O mercado nacional de motocicletas zero-quilômetro acelerou em maio e atingiu o recorde de vendas para o mês. Foram 171.134 unidades vendidas, 19% mais que no mesmo mês do ano passado e 3% acima do registrado em maio de 2008, que era a melhor marca para o período. Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.

A procura também foi bem maior (17,2%) que em abril. No entanto, pela média diária (total comercializado dividido pelo número de dias úteis) foi registrada evolução mais modesta (apenas 1,3% de alta). Isso porque maio teve três dias úteis a mais. No mês passado, foram comercializadas diariamente 7.787 motocicletas, frente a 7.690 unidades anteriores.

Apesar disso, representantes do segmento e lojistas só veem motivos para comemorar. Para o diretor executivo da Abraciclo, Moacyr Alberto Paiva, as medidas de restrição ao financiamento de longo prazo adotadas pelo Banco Central atrapalham o crescimento do setor, mas as alternativas de vendas, como o consórcio, contribuem para a recuperação do segmento.

Outros fatores também colaboram para a expansão, como as promoções das fabricantes e o crédito dos bancos, que segue farto para financiar as compras, segundo os revendedores.

O gerente Anderson Ferreira, de concessionária autorizada Kasinski no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo, vendeu em maio 75 unidades, 50% mais que em abril. Ele afirma que um dos atrativos, no caso da marca, é o benefício de três anos de garantia de fábrica, mais um de seguro grátis para alguns modelos.

Em outra loja, da marca Honda, no Centro de Santo André, o crescimento foi de cerca de 40%, segundo o gerente Kleber Menezes. "Foi o melhor resultado pós-crise", assinala. O lojista também atribuiu parte da expansão a ações agressivas de divulgação realizadas pela fábrica. "Conseguimos trazer mais clientes e, com isso, o resultado foi maior", diz.

Ferreira observa ainda que a dificuldade de aprovação dos cadastros, por parte dos bancos, diminuiu bastante neste ano. Esse problema foi muito sentido durante o período da crise do crédito, a partir do fim de 2008 e ao longo de 2009. Nessa época, muitos autônomos (grande parte dos motoboys) não conseguiam fechar a compra da moto por não terem registro em carteira de trabalho.

O gerente Ricardo Lemos, de loja Yamaha no Centro de Santo André, cita que a medida do BC de elevação do compulsório dos bancos (adotada em dezembro) atrapalhou as vendas de prazos mais longos, mais de 48 meses. No entanto, para ele, isso não chega a ser problema. As vendas da concessionária cresceram em maio de 5% a 10% em relação a abril.

por Leone Farias (Diário do Grande ABC)

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