Acelerar na medida certa garante que motor trabalhe sempre na faixa ideal |
As melhores maneiras de guiar e cuidar do carro para consumir menos combustível
É verdade que o avanço tecnológico tem proporcionado ao consumidor
veículos cada vez mais econômicos e menos poluentes, mas nunca é demais
adotar um estilo de direção capaz de diminuir ao máximo o gasto com
combustível – que, convenhamos, não anda nada barato há anos. Para os
motoristas que têm o pé direito bem “pesado” ou para aqueles que não são
lá muito cuidadosos com a manutenção, reunimos algumas dicas preciosas,
dadas por dois especialistas no assunto.
“Para se chegar
à economia é preciso deixar de lado a performance”, comenta José David,
piloto e instrutor master do Centro Pilotagem Roberto Manzini. Como
fazer isso? Acompanhe as dicas do expert.
Marcha adequada:
“Não é nada econômico rodar a 30 km/h em terceira marcha, por exemplo,
situação que faz o carro trepidar. Também não é adequado acelerar a 90
km/h em segunda marcha”. Nesse caso, a lição do piloto é bem simples.
“Verifique o manual do proprietário, que indica quais são as faixas de
velocidade indicadas para cada marcha. O velocímetro de alguns modelos
ilustra isso com pequenos sinais. Outros oferecem conta-giros, que pode
facilitar essa tarefa”.
Conheça seu veículo:
dirigir um modelo 1.0 não é igual, obviamente, a dirigir um 1.8, ou um
V6, V8 etc. “Cada motor tem um tipo de resposta às acelerações e é
fundamental que o condutor o conheça bem”. Um carro 1.0 geralmente
precisa ser acelerado um pouco mais antes que se mude a marcha, o que
não é necessário em modelos com torque elevado, disponível em baixas
rotações. “Vale, mais uma vez, consultar o manual do proprietário”.
Acelere suavemente:
trânsito não é autódromo. Quem acelera forte a cada saída de semáforo
ou de pedágio desperdiça muito combustível – e não recebe nenhum troféu.
Economia e segurança: reduzir gastos é
muito bom, mas é preciso pensar em outro aspecto. “Quando utiliza a
marcha certa, o condutor consegue economia sem abrir mão da segurança.
Um exemplo: em um cruzamento, ele pode acelerar para escapar de uma
colisão que poderia ter sido causada por um motorista imprudente, que
passou pelo sinal vermelho. E o motor só responderá com agilidade se a
marcha selecionada for compatível à velocidade, o que já não acontece
quando se roda devagar em marchas altas”.
Manutenção: Não
adianta muito mudar a maneira de dirigir se você não cuida bem do seu
carro. Ignorar o período para a troca de certas peças pode aumentar o
gasto com combustível. Para conseguir bons resultados, anote aí as dicas
de Rubens Venosa, consultor de Auto Esporte e proprietário da oficina
Motor Max.
Elemento do filtro de ar: a
peça pode diminuir drasticamente a passagem de ar para o motor se não
for trocada no momento certo, o que acaba alterando o consumo de
combustível.
Filtro de combustível: com o
excesso de impurezas na peça, a bomba de combustível fica
sobrecarregada e pode até queimar. Além disso, o motor passa a receber
menos combustível. “Quando isso acontece, o condutor tende a acelerar
mais para compensar a perda de desempenho e, é claro, o consumo
aumenta”.
Bicos injetores: “Quando
acumulam sujeira, eles não pulverizam o combustível com a mesma
eficiência”. Venosa lembra que o assunto gera polêmica porque as
montadoras afirmam que os bicos injetores são autolimpantes. “Eles são,
de fato, autolimpantes, mas esse efeito só funciona com combustíveis de
qualidade. Nossa gasolina ainda possui alto teor de enxofre, que
contamina a peça”.
Velas de ignição: quando funcionam mal, deixam de queimar o combustível na câmara de combustão, desperdiçando a gasolina ou o álcool.
Válvula termostática:
responsável por controlar a circulação do líquido de arrefecimento
entre o radiador e o motor, a peça também pode afetar o consumo. “Ainda
existem mecânicos que retiram a válvula defeituosa, que em alguns casos
causa o aumento da temperatura da água. Só que eles retiram e não
colocam uma peça nova. Em vez de esquentar, o motor passa a trabalhar em
temperatura baixa. Com isso, a central eletrônica injeta mais
combustível no motor automaticamente”.
Sensor de temperatura da água:
Venosa explica que existem dois dispositivos como esse. Um deles envia
dados para a central de injeção eletrônica e o outro, para o painel de
instrumentos. “É necessário verificar o funcionamento do sensor que se
comunica com a central de injeção por meio de equipamentos eletrônicos.
Se estiver com defeito, ele pode enviar informações erradas, o que
também pode proporcionar aumento de consumo”.
Sonda Lambda:
o equipamento mede a quantidade de oxigênio que sai pelo escapamento.
“A presença desse gás no sistema de escape indica que o combustível não
está sendo queimado como se deve pelo motor. Nesse caso, a sonda envia
essa informação à central de injeção eletrônica, que corrige o problema,
mas só se estiver funcionando bem”.
“Calibragem dos
pneus abaixo do adequado, rodas desalinhadas, peso excessivo e rodar com
os vidros abertos ou com o ar condicionado ligado também alteram o
consumo”, lembra Venosa.
por Igor Thomaz (Auto Esporte)
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