Na CIC, o presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, previu a expansão do setor, apesar dos problemas nacionais de competitividade. |
Assim como o futebol, no Brasil o carro é paixão nacional.
Impulsionado pelo sonho do veículo próprio, o mercado automotivo
brasileiro em 2011 cresceu 3,4%, o que representa 3.633 milhões de
veículos vendidos. Apesar do índice positivo, o presidente da Ford
Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, salientou que a indústria sofre
uma desaceleração. Ele acredita que o crescimento do segmento nos
próximos anos estará atrelado ao do Produto Interno Brasileiro (PIB).
Oliveira foi o palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria,
Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), do dia 19 de março
(segunda-feira). Ele sinalizou que a tendência do mercado mundial é
produzir veículos mais leves e econômicos e menos poluentes, criando uma
harmonia entre tecnologia e sustentabilidade.
Embora o presidente da Ford Brasil e Mercosul preveja aumento na
produção (3.475milhões) e venda de veículos (3.770/3.810milhões), ele
ressaltou que o Brasil possui um grande desafio em termos de
competitividade global. Não é à toa que o País amarga a 53ª posição
neste quesito. Os motivos ficam evidentes quando se compara os custos de
produção de veículos entre países. Enquanto na China o custo é 100, por
exemplo, na Índia é 105, no México é 120 e no Brasil chega a 160.
Marcos de Oliveira argumenta que é o efeito agregado de diversos
elementos que acaba elevando o custo geral do produto, e não apenas um
único, como a tributação, por exemplo. Para ele, é preciso que a
iniciativa privada e o governo federal somem esforços para encontrar
soluções de médio e longo prazo. Oliveira definiu que do ponto de vista
do mercado, quatro fatores interferem diretamente na competitividade:
novos concorrentes, pressão nos custos, inovação e exigências legais.
Como sobreviver em um mercado tão cobiçado? Para se ter uma ideia
da concorrência, de 15 marcas que disputavam o mercado em 2000, hoje
somam 43. A Ford encontrou sua receita para perpetuar os negócios. Além
de fazer mais com menos e cuidar do fluxo de caixa todos os dias, de
acordo com o presidente, a estratégia da empresa automotiva contempla
quatro itens: pilares de marca - norteados por Qualidade, Segurança,
Sustentabilidade e Criatividade; distribuição; tecnologia; e plataformas
globais – desenvolvimento e produção em escala de veículos para redução
dos custos.
Oliveira entende que vários aspectos indicam a potencialidade do
mercado automotivo brasileiro. Segundo ele, nos últimos anos o preço do
automóvel no Brasil cresceu abaixo do índice de inflação. As facilidades
de financiamento também merecem destaque porque tornam o bem ainda mais
acessível, com prazos mais longos e parcelas mais curtas.
Outro dado apresentado pelo convidado ilustra bem sua opinião.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a média é de um habitante por veículo,
enquanto no Brasil a média nacional é de um veículo a cada seis pessoas.
“Tem muito espaço ainda para crescer nesse mercado”, enfatizou.
A reunião-almoço foi alusiva aos dez anos da Revista Acontece.
Os diretores da publicação, Paulo e Mirtes Rodrigues, receberam uma
placa das mãos do presidente da CIC, Carlos Heinen, numa homenagem da
classe empresarial ao aniversário da revista. [www.cic-caxias.com.br].
por Portal Fator Brasil (www.revistafator.com.br)
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