sexta-feira, 23 de março de 2012

Veículos mais leves e econômicos e menos poluentes são a tendência do mercado automotivo

Na CIC, o presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, previu a expansão do setor, apesar dos problemas nacionais de competitividade.

Assim como o futebol, no Brasil o carro é paixão nacional. Impulsionado pelo sonho do veículo próprio, o mercado automotivo brasileiro em 2011 cresceu 3,4%, o que representa 3.633 milhões de veículos vendidos. Apesar do índice positivo, o presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, salientou que a indústria sofre uma desaceleração. Ele acredita que o crescimento do segmento nos próximos anos estará atrelado ao do Produto Interno Brasileiro (PIB). Oliveira foi o palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), do dia 19 de março (segunda-feira). Ele sinalizou que a tendência do mercado mundial é produzir veículos mais leves e econômicos e menos poluentes, criando uma harmonia entre tecnologia e sustentabilidade.

Embora o presidente da Ford Brasil e Mercosul preveja aumento na produção (3.475milhões) e venda de veículos (3.770/3.810milhões), ele ressaltou que o Brasil possui um grande desafio em termos de competitividade global. Não é à toa que o País amarga a 53ª posição neste quesito. Os motivos ficam evidentes quando se compara os custos de produção de veículos entre países. Enquanto na China o custo é 100, por exemplo, na Índia é 105, no México é 120 e no Brasil chega a 160.

Marcos de Oliveira argumenta que é o efeito agregado de diversos elementos que acaba elevando o custo geral do produto, e não apenas um único, como a tributação, por exemplo. Para ele, é preciso que a iniciativa privada e o governo federal somem esforços para encontrar soluções de médio e longo prazo. Oliveira definiu que do ponto de vista do mercado, quatro fatores interferem diretamente na competitividade: novos concorrentes, pressão nos custos, inovação e exigências legais.

Como sobreviver em um mercado tão cobiçado? Para se ter uma ideia da concorrência, de 15 marcas que disputavam o mercado em 2000, hoje somam 43. A Ford encontrou sua receita para perpetuar os negócios. Além de fazer mais com menos e cuidar do fluxo de caixa todos os dias, de acordo com o presidente, a estratégia da empresa automotiva contempla quatro itens: pilares de marca - norteados por Qualidade, Segurança, Sustentabilidade e Criatividade; distribuição; tecnologia; e plataformas globais – desenvolvimento e produção em escala de veículos para redução dos custos.

Oliveira entende que vários aspectos indicam a potencialidade do mercado automotivo brasileiro. Segundo ele, nos últimos anos o preço do automóvel no Brasil cresceu abaixo do índice de inflação. As facilidades de financiamento também merecem destaque porque tornam o bem ainda mais acessível, com prazos mais longos e parcelas mais curtas.

Outro dado apresentado pelo convidado ilustra bem sua opinião. Nos Estados Unidos, por exemplo, a média é de um habitante por veículo, enquanto no Brasil a média nacional é de um veículo a cada seis pessoas. “Tem muito espaço ainda para crescer nesse mercado”, enfatizou.

A reunião-almoço foi alusiva aos dez anos da Revista Acontece. Os diretores da publicação, Paulo e Mirtes Rodrigues, receberam uma placa das mãos do presidente da CIC, Carlos Heinen, numa homenagem da classe empresarial ao aniversário da revista. [www.cic-caxias.com.br].

por Portal Fator Brasil (www.revistafator.com.br)

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