terça-feira, 30 de abril de 2013

IPI menor prejudica comércio de usados


Forte desvalorização e facilidades na compra de carros novos espantam clientes

Se a prorrogação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido até o fim do ano foi positivo para o mercado de carros novos, o mesmo não se aplica ao comércio de usados. Desde a primeira redução do imposto, realizada em maio de 2012, os preços de veículos seminovos permanecem em queda livre.

Segundo um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com dados da consultoria Molicar, alguns modelos apresentam desvalorização de quase 20%. É o caso do Fiat Palio Attractive, que perdeu 19,5% de seu valor sugerido no ato da compra depois de dois anos de uso. Outro exemplo é o Chevrolet Agile LT 2011, cuja desvalorização chega a 15,3% no mesmo período.

"Muitos brasileiros ainda acham que o carro é investimento e não se conformam ao constatarem que um modelo comprado há três anos por R$ 45 mil hoje pode valer em média R$ 30 mil", afirma Vítor Meizikas, analista de mercado da Molicar.

Como se não bastasse o benefício do IPI menor, até os bancos estão priorizando o financiamento de automóveis novos, levando muitos consumidores a optarem por um veículo sem uso. Quem sofre com isso são os comerciantes de seminovos, que estão se vendo obrigados até a procurar outro endereço na tentativa de amenizar os prejuízos.

"Vendíamos em média 100 carros por mês, mas desde o ano passado essa média é de 10 a 12 (veículos), por isso não precisamos de uma área tão grande. O negócio de usados está muito ruim. O governo ajuda demais o mercado de novos e nós não temos vez.", afirma Roberto Giannetti, dono da Giannetti Automóveis, loja instalada há quase cinco décadas na "Boca", tradicional região de comércio de veículos usados no centro de São Paulo.

por Redação (Quatro Rodas)

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