Não importa se o possante leva lâmpadas convencionais ou de xenônio, a
visibilidade de qualquer motorista pode ser comprometida caso algum dos
seus dispositivos de iluminação esteja danificado. O pior é que outras
pessoas que dividem a via também podem sofrer com isso.
O
conjunto de iluminação veicular é imprescindível. Ele serve para
sinalizar quais são as intenções do motorista – dar marcha ré, mudar a
direção do carro, estacionar – para os demais condutores e pedestres,
além de iluminar a estrada para a visualização de placas, pessoas,
animais, obstáculos, entre outros. Uma vez defeituoso, o acidente pode
ser fatal.
Mas como saber se ele está fazendo o seu papel
corretamente e como deve ser a sua manutenção? O diretor de treinamento
do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do
Estado de São Paulo (Sindirepa), Cesar Samos, afirma que é fácil manter
os faróis em bom estado e perfeito funcionamento. Por outro lado, ele
diz que, de tão simples, alguns cuidados passam despercebidos. Veja
algumas dicas:
Deterioração
Há
vários fatores que podem levar a deterioração do conjunto, como explica
o especialista: "Tanto os faróis de acrílico como os de policarbonato
[plástico] podem se desgastar devido ao contato com pedriscos,
utilização de solventes fortes durante a lavagem do carro, infiltração
de água, ou mesmo por causa do longo tempo de uso. Os de vidro,
produzidos para modelos antigos, sofrem menos, mas entraram em desuso
porque podem ferir os pedestres em caso de colisões".
Marcus
Renato Silva, proprietário de uma empresa especializada em soluções
para proteção e cuidados de veículos, a KM555 Car Care Systems, vai além
e afirma que até poeira pode ser prejudicial. “Ela é uma das principais
vilãs. Age como uma lixa no farol. Nas grandes cidades, a poluição
ocasiona, inclusive, a chuva ácida, que corrói a película protetora do
componente, deixando-o vulnerável aos raios UV e, consequentemente,
amarelado e ineficiente”.
Silva
comercializa um produto alemão que, segundo ele, “é único no mercado
nacional, custa cerca de R$ 60, rende de 50 a 60 aplicações, e atua como
um selante na lente plástica dos faróis, evitando trincado, rachaduras e
efeito opaco”. Sua empresa também oferece um removedor de riscos de
faróis acrílicos e plásticos. “Ambos geram bons resultados”, garante.
Samos, porém, diz desconhecer a eficiência desses produtos. “O melhor a
se fazer é evitar o desgaste dos componentes”, aconselha.
Duração das lâmpadas
Atualmente,
são comercializadas lâmpadas convencionais, alógenas, usadas geralmente
por cerca de 400 horas, e as xenôn. Silva explica: “As que levam o gás
xenônio são mais caras, mas, além de iluminarem melhor, duram de três a
quatro vezes mais”.
No entanto, ele lembra que é preciso
atender a requisitos do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que
regulamenta a sua utilização. E ainda sugere que a substituição de
qualquer lâmpada seja feita de acordo com a periodicidade indicada pelo
seu fabricante. No caso dos veículos novos, deve-se consultar o manual
do proprietário.
O diretor do Sindirepa alerta: “O uso de
lâmpadas de maior potência que o especificado é perigoso. A temperatura
interna do farol é elevada e pode deformar componentes internos, além
de sobrecarregar os circuitos elétricos, causando desde a queima de
fusíveis até o início de um incêndio”.
Manutenção
“É
recomendada a regulagem do foco dos faróis a cada seis meses ou 15 mil
quilômetros percorridos por causa das trepidações que os motoristas
enfrentam frequentemente. Se o veículo passar por alguma troca de molas
ou de amortecedores também é válido repetir o procedimento, que custa,
em média, 20 reais”, diz Samos.
O empresário Silva
resume: “O proprietário deve inspecionar o funcionamento das luzes. Se
perceber algum trincado, parte quebrada, sinais de água ou embaçamento, é
preciso checar e, na maioria dos casos, trocar o farol. Assim como o
sistema de freios ou o airbag, o de sinalização e iluminação faz toda a
diferença para a segurança”
por Camila Franco (Auto Esporte)
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