quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Invenções automotivas brasileiras esperam para chegar ao mercado

Imagens mostram o protóripo brasileiro de proteção de portas em teste
 
Protetor de portas ativo, alarme de estepe e elevador inteligente são algumas ideias de criadores brasileiros

A criatividade dos brasileiros não tem limites, ainda mais quando ela é associada aos carros, que são paixão nacional. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que é o órgão do Governo Federal responsável por aprovar os pedidos de patentes e marcas, bateu recorde de pedidos de novos registros: foram mais de 30.000 em 2011. Não há um balanço oficial de quantos desses são referentes a peças de carros, mas há de tudo: desde os mais úteis até os mais bizarros.

Sabe quando você estaciona em uma vaga apertada e assim que abre a porta ela bate na lateral do carro ao lado? Isso nunca mais vai acontecer, pelo menos no que depender de uma novidade anunciada pela Ford. Recentemente a montadora divulgou um vídeo com a demonstração de uma peça que evitaria essa batida irritante. 

O novo Focus produzido esse ano já deve contar com o equipamento, mas desde 2011 há um pedido de patente no INPI de uma peça similar desenvolvida por um brasileiro. Segundo Geraldo Brizot, o criador da novidade, o “Protetor Móvel Automático para Borda de Porta de Veiculo" pode ser adaptado para portas de qualquer modelo de automóvel fabricado atualmente, mas ainda não está sendo produzido.

Brizot conta que sempre foi um amante de carros e seu olhar crítico o levava a pensar em maneiras de melhorar aquilo que ele julgava estar imperfeito. E foi isso que o levou a pensar no protetor para portas. “Estava vendo imagens de automóveis modernos e percebi que havia um detalhe em comum entre todos: a ausência dos famosos borrachões”. A partir daí, começou a buscar uma maneira de proteger a lataria sem prejudicar a estética dos veículos. Confira o vídeo do protótipo criado por ele abaixo.



Estepe a salvo


Furtos de estepes são muito comuns e podem se tornar um grande transtorno quando seu pneu fura e você descobre que seu estepe não está mais lá. Justamente para evitar esse tipo de imprevisto foi registrado na Associação Nacional dos Inventores um sistema eletrônico que avisa o motorista quando alguém remove o pneu extra de onde ele deveria estar. Caso a pessoa não possa agir no momento do furto, o aparelho registra o local e a data do ocorrido.

Thiago dos Santos, o idealizador do sistema, afirma que o estepe é monitorado 24 horas por dia e possui dois LEDs no painel do veículo para avisar o motorista: caso o pneu esteja intacto, uma luz verde se acende; caso contrário, a luz é vermelha. O sistema, que hoje tem o registro compartilhado com uma empresa de tecnologia, está sendo divulgado para que montadoras se interessem em iniciar a produção.

Você pode não bater a porta do seu carro na lateral de outro, nem ter descoberto que seu estepe foi furtado quando você mais precisava dele, mas chega em casa cansado do mesmo jeito. Para diminuir o trabalho dos motoristas que moram em prédios, uma patente foi registrada no INPI em 2009 com o projeto de um sistema que chama o elevador para o andar da garagem assim que um carro entra no prédio.

Por enquanto, esses e outros inventos ainda não estão sendo produzidos e comercializados, mas criatividade para novidades não falta. Enquanto isso, ainda é ser necessário tomar cuidado ao abrir a porta em locais apertados, torcer para que seu estepe não tenha sido furtado quando você precisar usá-lo e chamar o elevador para a garagem, mas dá para ter uma idéia do que pode se tornar realidade no mercado automotivo em alguns anos.

Passo a passo

Se você também criou algum sistema ou produto que pode vir a ser comercializado, preste atenção nas informações básicas sobre o pedido de patentes no INPI. Primeiramente, é importante ressaltar que a patente é um título de propriedade temporária e que obriga o inventor a revelar detalhes do conteúdo do projeto. Esse título só é concedido a inventos que possam ser industrializados e possui um prazo de validade de 15 ou 20 anos, dependendo do tipo de patente que é concedido.

Sabendo disso, o pedido de análise de patente deve ser feito na sede do Instituto, que fica no Rio de Janeiro, ou em qualquer representação da Autarquia nas demais capitais do país. Também é possível enviar os documentos pelos Correios. De qualquer maneira, o pedido inicial custa entre R$ 95 e R$ 235, dependendo de algumas condições do inventor, tais como nacionalidade e porte da empresa (se for o caso). No entanto, não tenha pressa para conquistar a patente de seu produto, já que o Instituto leva, em média, 5 anos para concluir todo o processo de análise.

Para obter informações completas e ter acesso ao “Guia Básico”, que auxilia no preparo do documento técnico que explica o invento, acesse o site do INPI (www.inpi.gov.br)

por Guilherme Blanco Muniz (Auto Esporte)

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