sábado, 28 de abril de 2012

Empresária investe em oficina mecânica para mulheres

Agda aprendeu tudo sobre automóveis e hoje faz sucesso entre as motoristas da cidade

Azar do mecânico que um dia enganou Agda Oliver, 31 anos. Ressentida com o alto valor pago por uma revisão do veículo e por peças que nem sequer existiam no automóvel novo, resolveu aprender tudo sobre o assunto para nunca mais ser passada pra trás. Com tanta pesquisa para entender os desenhos que enfeitam os painéis dos carros, acabou se apaixonando e resolveu abrir o próprio negócio no ramo ainda considerado inusitado para mulheres.

Antes da oficina Meu Mecânico, Agda nunca pensou em trabalhar no setor. “Era bancária e meu dia a dia era completamente distante de graxas e carburadores”. Quando foi trapaceada por um mecânico e pesquisou na internet, percebeu que os questionamentos era comuns entre outras condutoras. “Sempre tive vontade de empreender, ser dona do meu próprio negócio. Ao conhecer a história de outras mulheres que foram enganadas por mecânicos, percebi que montar uma empresa voltada para mulheres seria uma ótima oportunidade”, conta.

Novata nos negócios, encontrou no Sebrae no Distrito Federal a orientação para fazer a empresa dar certo. “Participei de um curso sobre inovação do Sebrae  e foi lá que desenvolvi a ideia do projeto Terça Para Mulheres (TPM)”. Neste dia da semana, enquanto o carro é revisado, as clientes seguem para um salão de beleza próximo ao estabelecimento e têm direito a desconto em uma rede de academias de ginástica da cidade, além de tratamento de pele em domicílio. A iniciativa foi elogiada por consultores da instituição, e Agda foi convidada a expor a ideia na Feira do Empreendedor de 2011.

Para atrair seu público, as paredes da oficina, que fica em Ceilândia (DF), são cor de rosa. “Também forneço dicas por email sobre manutenção, revisão e como trocar pneu, por exemplo. Além disso, fazemos promoções só para a clientela fidelizada”, conta. Aquelas que se interessarem pelo universo de automóveis podem participar de uma explicação exclusiva sobre como funciona cada equipamento.

A empreendedora continua contando com a ajuda do Sebrae no DF. “Recebo consultoria financeira e a visita dos Agentes Locais de Inovação (ALI). Se não fosse pela instituição, não sei se ainda estaria com as portas abertas. Sei que toda empresa passa por dificuldades nos primeiros anos, mas ao participar dos cursos eu aprendi que o planejamento é essencial para que a empresa sobreviva e, principalmente, lucre”, conta. Agda investe na capacitação dos quatro funcionários para que cresçam junto com a empresa. “Já participaram de cursos de atendimento ao cliente e vendas”, afirma.

Otimista com a oficina, já planeja novos meios para crescer e sabe bem o caminho que pretende trilhar. “Em cinco anos, quero montar franquias em Brasília e quem sabe até em outras cidades. Até lá, quero estar preparada e padronizar tanto o atendimento quanto à estrutura da oficina”, revela. Agda também pretende montar um salão de beleza anexo ao estabelecimento. “Quero que minhas clientes saiam felizes e poderosas de uma oficina mecânica e não revoltadas com o atendimento, como aconteceu comigo alguns anos atrás”, finaliza. 

por Natália Kenupp (Agência Sebrae de Notícias)

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